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A mostrar mensagens de abril, 2022

Mãe(s)

 Por cada lado que passo deixo um pouco de ti, material e emocional. Parecendo-me que se me desapegar a tudo o que recebi de ti finalmente irei me desapegar emocionalmente, desta tortura que é ser tua filha. Nunca irei entender tanta dor, tanto desgaste no meu coração. Será que quero mesmo lembrar-me de tudo ? Ou é melhor a continuar a dormir... A dormir... Enfim, ainda assim vou-o fazendo lentamente, deixar cada pedaço teu por onde passo. Dou por mim a pensar se o deveria fazer relativamente a outras pessoas, ou seria já o meu ego a falar mais alto, ficava sem nada. O materialismo. Com a minha mãe foi sempre uma constante, e, apesar de diferente em muitos aspectos deparei-me com outra mãe assim na minha vida. Sinto muitas vezes que tenho duas mães e como é doentio de certa maneira ter sido quase que adoptada financeiramente e emocionalmente aos 23 anos. Mas senti tanto amor, tanta preocupação, tanta atenção. Não sabia o que era isso de maneira carinhosa, sem autoridade ou controlo e p

Como não esquecer ?

 Tentei tudo, principalmente amar-me a mim primeiro e mesmo assim essa pessoa continua no meu coração. Terá sido o primeiro nascer do sol o culpado? Um feitiço? Aquele passeio de mota, aqueles primeiros sete segundos que nunca esquecemos de uma pessoa? São preciso mesmo apenas sete segundos? Já me martirizava o bastante durante estes anos e todos eram apatia. Logo agora que o meu percurso se alterou tanto que não podia estar mais frágil. Prometi-lhe deixar-me um pedaço de paz no caminho e cumpri, cumpri mesmo com os meus sonhos, pesadelos, receios e esperanças. Cumpri com humildade. É um amor que ao não acontecer irei contar aos meus netos, como foi belo, como foi perfeito e pedirei segredo pois eles serão já crescidos. Terei as cartas guardadas de forma emocionada e perguntarei-me mil vezes se poderíamos ter sido felizes juntos. Como não esquecer o amor da minha vida ? Não são meses que se passam, são anos e o sentimento é o mesmo. Se não é amor, não sei que chamar a isto. Nunca irei

Apatia

Sinto tantas vezes que me é normal já este sentimento sinto tanto que não sinto mais, é um chorar silencioso no meu quarto, o único quarto que tenho. Um apertar de garganta sem marca e sem dor. Internem-me disse eu friamente, mais que não fosse para estar longe de tudo. De todos. Sentir o que não sinto e talvez de lá iria a sair a sentir algo. Qualquer coisa ! Que não esta apatia que me mata lentamente. Com a qual não sei lidar, com a qual não sei manter um relacionamento. É me familiar esta tristeza. Deveria saber já rejeitar quando ela chega, mesmo assim deixo-a entrar. Lentamente, quase sem dar conta... Que vou deixando de sentir o que já sentia antes. Internem-me em sentimentos que não estes pois não aguento mais. Perdida estou, perdida me encontro e no entanto sei bem onde estou. Apenas é a Apatia que chegou. Vai-te embora por favor...suplico, preciso de mim novamente.