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A mostrar mensagens de dezembro, 2019

Marley

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Tenho adiado escrever sobre o Marley e também não me atrevi a escrever este texto fora de casa. Ele morreu. O Marley morreu. Tive vários dias em que esta frase não me entrava, simplesmente não entrava na minha cabeça. Para começar nunca tinha feito luto, de nenhum tipo, perdi o meu avô era ainda muito nova, sem consciência do que realmente estava a acontecer e por outro lado não tive muitas vezes com ele. Então dou por primeira perda o Marley, o meu cão. O meu primeiro cão, não podemos contar como primeiro animal de estimação aquele animal que quem toma conta é a tua mãe ou pai, assim que para mim ele foi o meu primeiro animal de estimação. Para onde eu fosse ele ia, estivesse como estivesse sabia que ele estaria do meu lado. Foi daquelas amizades silenciosas e leais que nunca, nunca vou esquecer. Antes de ele falecer tivemos ambos uma semana bastante complicada entre idas ao veterinário, injecções em casa e a minha esperança a desfalecer. No dia que foi abatido eu já sabia, na n

Tempo

Tempo. Dá tempo que a dor vai diminuir. Dá-lhe tempo para que possa organizar as ideias. Tempo. É o que pedimos sempre quando não sabemos o que fazer ou dizer. Foi o que me disseram sempre. Dá tempo às coisas que elas voltam ao sitio. Como se o tempo resolvesse algo. Como se o tempo fosse capaz de acabar com sentimentos. Apenas os atenua, os torna um pouco mais leves de carregar. Porque quanto mais tempo passa menos podemos fazer. E por vezes nem com tempo podemos resolver. Tantas as vezes, em que o tempo, nada resolveu. Mas o que me disseram foi isso, dá tempo. Pode o tempo trazer de volta o que perdi ? Vai o tempo dar-me novamente o que foi embora? Merda. Merda mais o tempo. Merda o que os outros dizem, o tempo não me vai ajudar.

Um café por favor

Hoje o tempo está solarento, nem muito frio nem muito calor, perfeito diria, para um dia de Dezembro. Já tenho o meu filho comigo em casa assim que nestes dias tenho uma rotina um pouco diferente mas isso não quer dizer que desista da minha 'quest' para um eu melhor, portanto peguei em mim e no Sassá e viemos ao café. Fiz uma mochila em casa onde coloquei o meu pc e uma revista da National Geografic que é apenas do que preciso hoje, sentei-me e pedi: 'um café por favor'. E este café tem muito mais que apenas liquido em forma de energia, hoje, este café é a companhia neste meu texto. Levamos abanões da vida que fazem parte do ciclo natural, é assim que crescemos e aprendemos, é assim que caímos e por vezes demoramos a levantarmo-nos. Digo muitas vezes que é normal, e é. Mais um vez digo-o por que realmente é normal, faz parte do que chamamos viver. Temos de cair para nos levantarmos e é assim que crescemos e muitas vezes mudamos o nosso comportamento. Essa ana

Any place is better

Fast Car de Tracy Chapman, quem não conhece que vá ouvir, vale a pena. E com uma parte da música dela dou o titulo ao texto de hoje. Já tinha mencionado anteriormente que tudo o que fazemos têm consequências, e que temos de lidar com elas, por vezes de maneiras pouco ortodoxas. É normal chegarmos ao final do dia e nos perguntarmos o que fizemos de errado, onde esteve aquele momento tão fugaz em que eu percebi que não podia fazer mais nada? Não me lembro. Sei que o senti, senti que não podia fazer mais nada e de facto não dependia apenas e mais de mim. Senti que deviam estar a tratar de mim em vez de ser eu a tratar do que quer que fosse, senti que não estava capaz de sentir absolutamente nada, tudo era enevoado, incerto e incapaz. Foram estes sentimentos que me fizeram, também, ver que nem sempre depende de nós. O que depende sim de nós é como voltamos a fazer as coisas, valerá a pena correr o risco de passarmos pelo mesmo ou pior, e lidar novamente com o mesmo circulo vicioso d

Challenge accepted !

Deviam todos ver o How i meet your mother, é daquelas séries em que perdemos a conta aos amores de Ted, não percebemos bem como o Barney se encaixa no grupo, todos quereriam ter uma relação como a Lilly e o Marshal e que mulher não gostaria de ser como a Robin? (i mean, ela é uma mulher de armas, literalmente) Achei então que seria um titulo adequado para o que vou escrever hoje. Sempre senti que o meu maior problema é não conseguir estar sozinha, ou achar que estar sozinha é não ter um parceiro/parceira, dou por mim a pensar que é realmente um problema. Afinal se eu não consigo estar comigo própria como vou conseguir estar com outras pessoas ? E como neste mundo só não resolvemos a morte (so dramatic) acho cada vez mais que devemos dar uma chance a nós mesmos, um problema é apenas um empecilho, em lugar algum se refere ao problema como algo impossível de resolver. Então decidi resolver-me, ou pelo menos penso que para aí caminho. Tenho semanas que não tenho o meu filho comigo poi

Ups, i dit it again !

Eu escrevia muito, tive anos da minha vida que escrevi praticamente diariamente, fiz blogs, apaguei blogs, escrevi e publiquei, escrevi para nunca publicar. Talvez fosse demasiado importante o que poderiam pensar de mim, mostrar-me demasiado vulnerável...não sei. O que sei é que os últimos post's foram em 2017, novamente, uns apaguei outros deixei. E, apesar de continuar a ser a mesma pessoa que era com 26 anos, sou também uma pessoa muito diferente. Escrevo porque quero e não me importa quem lê ou deixa de ler. Faz-me bem escrever e exteriorizar o que sinto, é terapêutico diria. E, claro, ninguém vai sentir exactamente o que estou a sentir e muito menos sofrer 'as minhas dores' assim que me estou bem a cagar se o que escrevo a partir de hoje agrada a alguém. Sou apenas mais um pessoa num mundo cheio de pessoas que reprimiu durante bastante tempo coisas simples como escrever e passou tempo demais a olhar para um feed de Instagram. Deixei de escrever quando fui mãe, n