Challenge accepted !

Deviam todos ver o How i meet your mother, é daquelas séries em que perdemos a conta aos amores de Ted, não percebemos bem como o Barney se encaixa no grupo, todos quereriam ter uma relação como a Lilly e o Marshal e que mulher não gostaria de ser como a Robin? (i mean, ela é uma mulher de armas, literalmente)
Achei então que seria um titulo adequado para o que vou escrever hoje.
Sempre senti que o meu maior problema é não conseguir estar sozinha, ou achar que estar sozinha é não ter um parceiro/parceira, dou por mim a pensar que é realmente um problema. Afinal se eu não consigo estar comigo própria como vou conseguir estar com outras pessoas ?
E como neste mundo só não resolvemos a morte (so dramatic) acho cada vez mais que devemos dar uma chance a nós mesmos, um problema é apenas um empecilho, em lugar algum se refere ao problema como algo impossível de resolver.

Então decidi resolver-me, ou pelo menos penso que para aí caminho. Tenho semanas que não tenho o meu filho comigo pois está com o Pai dele, acabo por nesses dias sentir um vazio enorme e nem sempre lido com isso da melhor maneira. É aquele apego maternal que por muito que nos dê dores de cabeça dá-nos também muitas alegrias e muito amor na nossa vida.
Tenho dias em que quase tenho vontade de sair porta fora, principalmente na hora das birras. Só que quando passam as birras apercebo-me que também eu fui um bebé, também eu precisei aprender limites e crescer, como todas as crianças, precisam de atenção e amor (alguma dose de paciência também).
Isto para dizer que algumas vezes por mês fico sozinha, ou assim me sinto, os amigos nem sempre podem estar presencialmente, temos todos uma vida onde andamos tipo baratas tontas a tentar sobreviver. Comecei a perceber que é assim mesmo, se eu tivesse um emprego convencional com horários estipulados também teria alguma dificuldade em gerir a minha vida entre afazeres, filho, cães e amigos, é normal.
Como trabalho a maioria do tempo em casa, acabo por sentir uma solidão desnecessária que apenas eu posso alterar. Sou eu que dito o que faço com o meu tempo e sou eu que escolho não sair e fazer algo na rua que também poderia fazer em casa, e eu tive um tempo em que fazia isso.
Saia de casa para um jardim e deitava-me a ler com um pouco de sol nas trombas, ia ao café sozinha, fazia caminhadas e o que mais gostava de fazer era acordar de madrugada ir ver o nascer do sol à praia. Cheguei a ir algumas vezes com o meu cão Marley e sabia mesmo mesmo bem. Existe algo de muito reconfortante em ouvir o mar, sentir um fresco matinal e apreciar.
Apreciar as cores de um nascer do sol é, para mim, muito mais bonito que o pôr do sol.

Mas como não podemos apenas falar, temos de, em determinada altura fazer algo. E comecei a fazer por mim antes de dar realmente conta que o estava a fazer, entrei para o ginásio faz uns meses e surpreendentemente tornou-se em algo que já faz parte da rotina e onde posso escapar de tudo o que me preocupa. Saio de lá, muitas vezes exausta mas com uma cabeça limpa de preocupações, durmo melhor e o problema que tinha antes nas costas está bastante melhor.

Sempre quis ter a coragem de ser independente no verdadeiro sentido da palavra, mas isso trás muito mais do que conseguimos suportar. Existem contas para pagar e preocupações excessivas que nos matam lentamente.
É quando tu dizes: Chega!
Que realmente começam a surgir mudanças. Ontem decidi ir sozinha ao cinema. E fui.
Quando cheguei para comprar o bilhete, cheguei sozinha (pois claro) o rapaz diz me boa tarde e eu respondo de volta, digo que é para ver o Joker e o rapaz diz de seguida: 'dois bilhetes para ver o Joker', ora defensiva como sou (verdade, tenho de melhorar isso), disse: alguma vez eu disse que seriam dois bilhetes? está a ver alguém ao meu lado? (i know, to much) e pronto lá cobrou um bilhete.
E aquilo ficou a ferver-me na alma, é assim tão incomum ir se ao cinema sozinho? Gente, mais ninguém vai ao cinema sozinho?! Admito que fiquei a sentir-me um bicho estranho, piorou quando me sentei no meio da sala. MESMO no centro, numa sala com meia dúzia de gatos pintados espalhados por lá, mas acompanhados e eu rodeada de cadeiras e ninguém do meu lado nem á minha frente. Senti que me estariam a julgar, do género, olha aquela ali sozinha, tentei abstrair-me do que estava a sentir porque a vida é minha e porra já ninguém vê filmes no cinema sozinhos? Aposto que a culpa é da Netflix!
Até que algo mágico aconteceu. Eu deixei de me importar. Eu esqueci-me dos hipotéticos julgamentos e apreciei o filme. Quando terminou vim para casa e apreciei os meus dois cães.

Foi quando tive a ideia maluca de fazer algo por mim que sempre pensei em fazer. Viajar sozinha.
Com pouco dinheiro, claro (já agora, prendas de natal podem muito bem ser uma contribuição para isso...just saying, sempre é melhor dar algo que realmente queremos) mas como dizia, algo acessível de custos porque eu não tenho como ir agora ao Dubai e voltar. No entanto, posso tirar uns 3/4 dias, pegar numa mochila e ir! Sem medo e sem merdas, apenas eu.
Comecei a pesquisar e fiquei encantada com tantos lugares onde poderia perder-me e aventurar-me, não sei ainda detalhes, tenho estado a pesquisar e com uma equipa a trabalhar nisso (os amigos foram todos chamados ao barulho, porque, convenhamos eu sou uma naba nestas coisas) e é esse o meu challenge accepted, um deles.
Até lá tenho outras coisas para acertar, também tenho muito trabalho a partir da próxima semana, o que me ocupa um pouco, deixando alguns planos para Janeiro.

Até lá, baby steps. Como ir ao cinema sozinha.









Comentários

Mensagens populares deste blogue

Como não esquecer ?

Mãe(s)

Fecha-se uma porta e abrem-se umas quantas Janelas